Senegal/Ziguinchor: oficina de formação para encorajar as mulheres a abandonarem a circuncisão feminina

Publicado em 28/07/2025 | La rédaction

Senegal

Este fim de semana, a Plataforma das Mulheres para a Paz em Casamança (PFPC), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e o Departamento Regional de Saúde de Ziguinchor (sul), organizou um atelier de formação para excisadoras, com o objetivo de as encorajar a abandonar a mutilação genital feminina (MGF).

As raparigas que sofreram mutilação genital feminina e as "badianu gox" (madrinhas de bairro) também participaram no encontro de dois dias, que teve lugar em Ziguinchor.

"Ma Hawa Doumbouya, responsável pela comissão de justiça e direitos humanos da Plataforma das Mulheres para a Paz em Casamança, explicou: "O objetivo era formar 30 mulheres/raparigas vítimas de MGF e reconvertidas à excisão em técnicas de diálogo comunitário e de comunicação para a mudança de comportamentos, a fim de as reforçar como agentes de sensibilização e de transformação social nas suas comunidades.

"Organizámos esta formação para dissuadir as mulheres que praticam a excisão e para as chamar à razão, ou seja, para as fazer compreender as consequências que as raparigas sofrem após a excisão", acrescentou.

Ela disse que cinco excisadoras activas participaram no encontro.

Segundo Doumbouya, "em Casamança, as mutilações genitais femininas persistem em certas comunidades, apesar dos esforços de sensibilização e de defesa".

"E neste contexto, a Plataforma das Mulheres para a Paz em Casamança, em parceria com o FNUAP, está empenhada em reforçar as iniciativas comunitárias destinadas a promover uma transformação das normas sociais a favor da promoção do género e da eliminação da violência baseada no género", afirmou.

Para conseguir uma mudança duradoura na luta contra a MGF, Ma Hawa Doumbouya acredita que "é essencial envolver tanto as sobreviventes como as excisadoras num processo de transformação social".

"A comunicação para a mudança de comportamentos, combinada com técnicas de discussão comunitária, oferece ferramentas eficazes para gerar diálogo, desafiar as normas sociais e encorajar o abandono da MGF", afirmou.

No encontro, algumas excisadoras comprometeram-se a abandonar a sua profissão, enquanto outras invocaram um problema de sobrevivência para justificar a sua indecisão.

Fonte: aps.sn/


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