RDC/Lançamento dos 16 dias de ativismo contra a VBG: as comunidades são chamadas a construir boas bases para criar igualdade entre homens e mulheres

25 de novembro é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Este dia marca também o lançamento dos 16 dias de ativismo contra a violência baseada no género. Para assinalar a ocasião, Actualité.cd, em colaboração com a Internews, organizou um fórum centrado na "luta contra a violência de género no centro da campanha eleitoral".

A deputada nacional Christelle Vuanga sublinhou que é através do trabalho que as mulheres serão aceites na política.

"Peço às mulheres que continuem e se mantenham concentradas. Não é fácil, a comunidade tem dificuldade em aceitar mulheres que falam, mulheres que se afirmam. É nossa responsabilidade preparar a nova geração que irá liderar este país.

Por seu lado, Espérance Baedila, professora universitária, apelou às mulheres políticas para dominarem as questões e pensarem no futuro.

"As mulheres precisam de jogar o jogo da política, precisam de conhecer os problemas, os riscos e de pôr em prática estratégias. Vale a pena lembrar que estas coisas não se fazem durante a campanha eleitoral, têm de ser preparadas. Se as mulheres querem preparar-se para ser Presidente da República, penso que têm de se preparar durante 15 ou 20 anos. "É preciso conscientizar e depois educar as mulheres."

Continuando, Grâce Lula, ativista dos direitos das mulheres e membro do Comité permanente de concertação da mulher congolesa (CAFCO), insistiu na aplicabilidade das leis que promovem a participação política das mulheres.

"Existem leis que permitem às mulheres participar na vida política da mesma forma que os homens, mas a aplicação dessas leis coloca um problema. Há também o imaginário coletivo, que sempre pensou que a política é coisa de homens. Portanto, o imaginário coletivo construiu a forma como as mulheres se devem comportar, como devem fazer as coisas, onde devem estar, e quando saem desse molde, é como se estivessem a infringir uma determinada lei. Também falámos sobre a forma como a comunidade deve lidar com as questões da violência baseada no género, porque não se trata apenas de assuntos de mulheres, os homens também são afectados".

No final da conferência, foram apresentadas várias recomendações com o objetivo de pôr termo à crise: atualizar os conhecimentos, quebrar os estereótipos que limitam as mulheres, evoluir com normas e princípios, construir boas bases para criar gerações em que mulheres e homens se considerem complementares e iguais.

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres são uma campanha internacional anual que começa a 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e termina a 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos.

Fonte: actualite.cd/